MP denuncia 23 pessoas por fraude no INSS do RN; dano pode chegar a R$ 4,2 mi
O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN) denunciou 23 envolvidos em esquema fraudulento que contava com o auxílio do servidor do INSS de João Câmara Flaviano Januário de Lima para concessão indevida de benefícios rurais previdenciários no estado. Os beneficiários respondem por estelionato, mas os demais participantes também são acusados de formação de quadrilha.
O MPF/RN aponta ainda a prática de corrupção passiva e falsificação de dados, por 47 vezes, pelo mesmo servidor, além da participação de funcionários de Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STR), que forneciam a documentação necessária à obtenção dos benefícios.
As fraudes aconteceram entre os anos de 2007 e 2009. A ação é resultado do trabalho da Força Tarefa Previdenciária, composta por Polícia Federal (PF), INSS e MPF/RN. Como parte desse trabalho, no início do ano, a PF realizou a Operação Richter, desarticulando as duas organizações criminosas que atuavam como fábrica de benefícios fraudulentos nos sinidcatos de João Câmara e Poço Branco. Na ocasião, 12 mandados de prisão e 17 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Como agiam
De acordo com o MPF, os acusados convenciam possíveis beneficiários, informando sobre o êxito obtido por intermediários na concessão de salários-maternidade ou aposentadorias rurais. Dessa forma, os aliciados procuravam esses intermediários para conseguir os documentos expedidos pelos sindicatos dos trabalhadores rurais, tais como Declaração de Exercício de Atividade Rural falsa e o próprio registro no respectivo sindicato.
Recebida a documentação fraudulenta, era marcada a entrevista do futuro beneficiário com o servidor do INSS de João Câmara. A procuradora da República Clarisier Azevedo Cavalcante de Morais, que assina a ação, explica que "nesse momento, os intermediários já garantiam ao aliciado o sucesso da empreitada, exigindo, para tanto, o pagamento dos serviços". O valor cobrado variava entre R$ 250 e R$ 3 mil, conforme o tipo do beneficio a ser obtido. Alguns intermediários utilizavam-se, inclusive, da condição de prestador de serviços de empréstimos consignados para cobrar a quantia.
O futuro beneficiário era orientado para falar o mínimo possível durante a entrevista, enquanto o servidor Flaviano Januário de Lima inseria os dados falsos no sistema de informações do INSS. Ele recebia valores entre R$ 50 e R$ 200 por cada benefício irregularmente concedido. Em depoimento, o servidor confirmou a participação nos ilícitos praticados pelas quadrilhas.
De acordo com o MPF/RN, o esquema teve início no sindicato de João Câmara, onde Severina Silva de Araújo e Francisca Varela do Nascimento atuavam na fabricação dos benefícios fraudulentos. Ainda segundo a ação, a organização criminosa atuante no sindicato de Poço Branco tinha como mentor das fraudes o tesoureiro Raimundo Jerônimo de Oliveira. Além de ter um maior número de membros, essa outra quadrilha também possuía aliciadores em vasto espaço territorial, com ramificações em Senador Eloy de Souza, Parnamirim, Natal, São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim, João Câmara e Poço Branco.
O prejuízo ao INSS é calculado em R$ R$ 97.538,09, referente ao total dos benefícios irregulares comprovados até o momento. Mas as investigações indicam que o dano pode chegar a mais de R$ 4,2 milhões. Todas as 23 pessoas respondem por estelionato, punido com reclusão de um a cinco anos. A pena ainda pode ser aumentada devido ao crime ter sido praticado contra instituição de assistência social. Vale ressaltar que os intermediários ofereciam vantagem indevida ao funcionário público do INSS de João Câmara, e, por isso, também cometeram corrupção ativa, cuja penalidade prevista é de até 12 anos de reclusão.
Denunciados :
Flaviano Januário de Lima
Raimundo Jerônimo de Oliveira
Jackson Júnior Nascimento de Carvalho
João Silva de Carvalho Neto
Maria das Neves Jerônimo de Assis
Rosiane Lúcia da Cunha
Maria Terceira da Cunha
João Silva do Nascimento
Francineide Augusta da Silva
Maria Lucimara Gomes dos Santos
Severina Silva de Araújo
Adriana Pereira da Silva
Adriana do Nascimento
Cristiano Bezerra
Francisca Varela do Nascimento
Rosa Maria da Silva Melo
Elizama de Lima
Carla Rodrigues Tavares
Nadja Kaliane Campos
Antônio Gomes Pinheiro
Francisca Faustino Flores
Damiana Bernardino da Silva
Maria de Fátima da Silva Dantas
Da redação do DIARIODENATAL.COM.BR com informações da Procuradoria da República no RN
O MPF/RN aponta ainda a prática de corrupção passiva e falsificação de dados, por 47 vezes, pelo mesmo servidor, além da participação de funcionários de Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STR), que forneciam a documentação necessária à obtenção dos benefícios.
As fraudes aconteceram entre os anos de 2007 e 2009. A ação é resultado do trabalho da Força Tarefa Previdenciária, composta por Polícia Federal (PF), INSS e MPF/RN. Como parte desse trabalho, no início do ano, a PF realizou a Operação Richter, desarticulando as duas organizações criminosas que atuavam como fábrica de benefícios fraudulentos nos sinidcatos de João Câmara e Poço Branco. Na ocasião, 12 mandados de prisão e 17 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Como agiam
De acordo com o MPF, os acusados convenciam possíveis beneficiários, informando sobre o êxito obtido por intermediários na concessão de salários-maternidade ou aposentadorias rurais. Dessa forma, os aliciados procuravam esses intermediários para conseguir os documentos expedidos pelos sindicatos dos trabalhadores rurais, tais como Declaração de Exercício de Atividade Rural falsa e o próprio registro no respectivo sindicato.
Recebida a documentação fraudulenta, era marcada a entrevista do futuro beneficiário com o servidor do INSS de João Câmara. A procuradora da República Clarisier Azevedo Cavalcante de Morais, que assina a ação, explica que "nesse momento, os intermediários já garantiam ao aliciado o sucesso da empreitada, exigindo, para tanto, o pagamento dos serviços". O valor cobrado variava entre R$ 250 e R$ 3 mil, conforme o tipo do beneficio a ser obtido. Alguns intermediários utilizavam-se, inclusive, da condição de prestador de serviços de empréstimos consignados para cobrar a quantia.
O futuro beneficiário era orientado para falar o mínimo possível durante a entrevista, enquanto o servidor Flaviano Januário de Lima inseria os dados falsos no sistema de informações do INSS. Ele recebia valores entre R$ 50 e R$ 200 por cada benefício irregularmente concedido. Em depoimento, o servidor confirmou a participação nos ilícitos praticados pelas quadrilhas.
De acordo com o MPF/RN, o esquema teve início no sindicato de João Câmara, onde Severina Silva de Araújo e Francisca Varela do Nascimento atuavam na fabricação dos benefícios fraudulentos. Ainda segundo a ação, a organização criminosa atuante no sindicato de Poço Branco tinha como mentor das fraudes o tesoureiro Raimundo Jerônimo de Oliveira. Além de ter um maior número de membros, essa outra quadrilha também possuía aliciadores em vasto espaço territorial, com ramificações em Senador Eloy de Souza, Parnamirim, Natal, São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim, João Câmara e Poço Branco.
O prejuízo ao INSS é calculado em R$ R$ 97.538,09, referente ao total dos benefícios irregulares comprovados até o momento. Mas as investigações indicam que o dano pode chegar a mais de R$ 4,2 milhões. Todas as 23 pessoas respondem por estelionato, punido com reclusão de um a cinco anos. A pena ainda pode ser aumentada devido ao crime ter sido praticado contra instituição de assistência social. Vale ressaltar que os intermediários ofereciam vantagem indevida ao funcionário público do INSS de João Câmara, e, por isso, também cometeram corrupção ativa, cuja penalidade prevista é de até 12 anos de reclusão.
Denunciados :
Flaviano Januário de Lima
Raimundo Jerônimo de Oliveira
Jackson Júnior Nascimento de Carvalho
João Silva de Carvalho Neto
Maria das Neves Jerônimo de Assis
Rosiane Lúcia da Cunha
Maria Terceira da Cunha
João Silva do Nascimento
Francineide Augusta da Silva
Maria Lucimara Gomes dos Santos
Severina Silva de Araújo
Adriana Pereira da Silva
Adriana do Nascimento
Cristiano Bezerra
Francisca Varela do Nascimento
Rosa Maria da Silva Melo
Elizama de Lima
Carla Rodrigues Tavares
Nadja Kaliane Campos
Antônio Gomes Pinheiro
Francisca Faustino Flores
Damiana Bernardino da Silva
Maria de Fátima da Silva Dantas
Da redação do DIARIODENATAL.COM.BR com informações da Procuradoria da República no RN
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